As chuvas durante novembro prejudicaram a produção de feijão em propriedades em Avaré (SP). Houve chuva em excesso ocorrendo quebra na produção e aumento no preço do alimento na região. Segundo o engenheiro agrônomo Shinya Takahagui, houve quase 300 milímetros de precipitação durante o período, o que causou brotamento das vagens.
“Em novembro o feijão estava em ponto ideal de colheita. A chuva causou perda da qualidade e isso arredondou na perda de produção. Se o produtor tem menor produção, se ele não tem um bom preço de venda vai ter prejuízo”, diz.
No fim de 2015 o preço médio do quilo do feijão no estado de São Paulo foi de R$ 4,52, segundo o Instituto de Economia Agrícola. Mas esse valor deve aumentar em breve. O engenheiro agrônomo e produtor Mauricio Amaral já colheu tudo o que plantou e viu o preço cair.
“A primeira carreta conseguimos bem satisfatório, cerca de R$ 170 a saca. Uma semana depois esse feijão, pronto para colher e não sendo colhido por causa da chuva, nós comercializamos essa saca a R$ 95. É uma diferença muito grande, nós não perdemos em quantidade de saca, porém em qualidade”, explica.
Outro exemplo é do produtor Luiz Antonio Jovelli, que deixou para fazer a colheita um pouco depois, mas também sofreu com a chuva. Ele calcula uma produção 30% abaixo do esperado. “Se tivesse colhido normal eu poderia vender com o preço mais baixo e ainda ter um lucro maior que teria hoje. O consumidor também acaba tendo que pagar um preço mais alto pela falta de produto”, afirma.
Para não deixar o alimento fora da mesa nos próximos meses, a solução será pesquisar. “Tenho um netinho que come feijão direto, então tenho que comprar. Mas procuro sempre a mais barato e mais novo”, comenta a dona de casa Elisabete Guerreiro.