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O Brasil chegou a 168 milhões de smartphones em uso, um crescimento de 9% em relação a 2015, quando a base instalada era de 152 milhões de celulares inteligentes. Os dados são da 27ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e divulgada na última quinta-feira, 14.
De acordo com o estudo, a expectativa é de que, nos próximos dois anos, o País tenha 236 milhões de aparelhos desse tipo nas mãos dos consumidores, em um crescimento de 40% em relação ao momento atual. Para Fernando Meirelles, professor da FGV-SP responsável pelo estudo, os usuários jovens têm sido
os principais motivadores desse mercado.
"Se o usuário tiver R$ 2 mil e puder comprar hoje um computador ou um smartphone, a chance dele optar pelo celular é maior se ele for jovem", afirma. "O smartphone virou a principal forma de acesso à internet para o usuário doméstico."
A pesquisa da FGV-SP mede apenas o número de smartphones em uso no País, não fazendo considerações sobre as vendas desse tipo de dispositivo.
No entanto, segundo dados da consultoria IDC, houve queda de 13 4% no número de smartphones vendidos no Brasil em 2015. Ao todo, foram pouco mais de 47 milhões de aparelhos, contra 54,5 milhões de unidades em 2014.
Computadores
Atualmente, de acordo com a pesquisa, o Brasil tem também 160 milhões de computadores (entre notebooks, tablets e desktops) em funcionamento, um crescimento de 7% na base instalada com relação ao levantamento de 2015. Até o fim do ano serão 166 milhões de computadores em uso - o número inclui 30 milhões de tablets.
Caso a previsão se confirme, no final do ano o País teria quatro computadores para cada cinco habitantes. Sem a contagem dos tablets, são dois dispositivos para cada três brasileiros. Os dados mantêm o Brasil à frente da média mundial de 78 dispositivos para cada cem habitantes. No mundo, são 60 computadores para cada cem habitantes, enquanto nos Estados Unidos a proporção é consideravelmente mais alta: 144 aparelhos para cada cem pessoas.
Para Meirelles, a previsão é de que o País atinja a marca de um computador por brasileiro entre os anos de 2019 e 2020, quando chegar ao número de 210 milhões de computadores na base instalada.
"Faz três anos que nós adiamos essa previsão, mas acreditamos que o País vai se recuperar economicamente e atingir essa meta nas próximas temporadas", disse o professor durante o evento de divulgação dos resultados da pesquisa.
Além de considerar dados do mercado, a pesquisa também levantou dados com 8 mil médias e grandes empresas nacionais, recebendo 2 5 mil respostas consideradas válidas. Segundo a FGV-SP, 66% das 500 maiores empresas do País participaram do levantamento.
Vendas
Além de divulgar dados sobre a base instalada de dispositivos no País, o levantamento realizado pela FGV-SP também mensurou as vendas de computadores e tablets no País em 2015. Pela primeira vez desde o início da pesquisa, houve queda no número de unidades comercializadas da categoria por dois anos seguidos.
Ao todo, foram vendidos 14,2 milhões de aparelhos em 2015, recuo de 30% com relação a 2014. Apesar da queda, o preço médio do computador se manteve estável em US$ 400 - marca que se mantém desde 2008. No entanto, por causa da flutuação do câmbio, as máquinas chegam mais caras por aqui.
Para Meirelles, a queda se deve também a uma mudança de comportamento no usuário doméstico, que tem optado por smartphones, da mesma forma como fez com tablets há alguns anos. "O tablet teve um voo de galinha. Ainda é um produto que vende bastante, mas não como se esperava há alguns anos", diz o pesquisador.
Segundo dados da consultoria IDC, houve queda nas vendas de tablets pela primeira vez no País em 2015: no ano passado, as fabricantes venderam pouco mais de 5,8 milhões de unidades, recuo de 38% na comparação com 2014.
No entanto, a previsão da FGV-SP para o ano de 2016 é otimista, com comercialização de 15,2 milhões de unidades, em crescimento de 7% na comparação com o ano passado.
"As vendas de computadores devem crescer em 2016 porque caíram demais nos últimos anos. As empresas e os usuários domésticos seguraram suas compras, mas agora não há mais como deixar isso de lado", avalia Meirelles.
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