Um apagão elétrico no bairro Bom Retiro, em Angatuba (SP), tem feito moradores do local viverem "à moda antiga". Andar por algumas ruas à noite só é possível com a utilização de lanternas ou velas. Isso porque falta manutenção nos postes, que não funcionam há mais de um mês.
A prefeitura, responsável pela iluminação pública, culpa a então concessionária de fornecimento de energia elétrica da cidade, ex-responsável pela manutenção, pelo problema. O caso pode até parar na Justiça.
Enquanto o problema não é resolvido, a insegurança passou a fazer parte da rotina da população. O agente dos Correios Adilson Santana dos Santos afirma que fica apreensivo por medo de crimes. “A gente tem muita preocupação com os filhos, vizinhos. Quando tem luz os vizinhos olham um a casa do outro, mas nessa situação nós corremos o risco de termos a casa assaltada.”
Lanternas e velas são opções para poder enxergar o que há ao redor. A dona de casa Maria Aparecida Olveiria, por exemplo, tem uma reserva de velas na casa para poder sair a rua. “Só com vela, porque a rua está escura sem luz, ninguém veio arrumar”, diz.
O que deixa os moradores revoltados é o fato de todos pagarem pela taxa de iluminação pública e não terem o serviço. O pedreiro Ezequiel Martins queixa-se da situação. “A gente paga algo que não estamos usufruindo, é difícil. Meu sogro e minha sogra quando vêm à minha casa, preciso usar um celular para leva-los até onde tem luz. A gente reclama e a eles não tomam providência.”
A prefeitura de Angatuba informou, por nota, que a nova resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determina que as empresas que cuida da iluminação pública repassem o serviço para os municípios. Mas uma das condições para esta mudança seria receber o sistema em bom estado de conservação, o que não aconteceu, segundo o setor administrativo. A prefeitura verificou mais de 100 pontos com problemas. O município alega que não pode mexer na iluminação. Uma lista com os materiais que precisam ser trocados já foi enviada à concessionária. Caso o problema não seja resolvido, a prefeitura estuda entrar na Justiça contra a empresa.
A empresa responsável pelo fornecimento de energia na cidade informou que já atendeu as solicitações registradas até o fim do prazo, 31 de dezembro do ano passado. Os casos apresentados pelo município, após este período serão avaliados pontualmente.