55% dos jovens acha que crise do Fies dificulta fazer faculdade


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Jornal O Avaré 30/03/2016 01:13:40

55% dos jovens brasileiros que concluiu o ensino médio e têm interesse em cursar o ensino superior acha que a crise do Financiamento Estudantil (Fies) atrapalha seus planos de fazer uma faculdade. A pesquisa, encomendada pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), ouviu 800 jovens de regiões metropolitanas do Brasil.
 
 
Para esses jovens que querem fazer faculdade, 41% também disse que a crise econômica no país pode atrapalhar o ingresso na universidade. A pesquisa mostrou ainda, que apesar de terem grande interesse em fazer o ensino superior, 66% não tem nenhum planejamento para financiar o curso.
 
 
"A pesquisa mostra que os jovens veem o ensino superior como a principal chance de crescerem profissionalmente e economicamente. Eles enxergam que é a forma de se blindarem contra as instabilidades do futuro, mas eles não fizeram o planejamento e não sabem como conseguir fazer a faculdade", disse Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.
 
 
Ainda de acordo com a pesquisa, o perfil dos interessados em fazer universidade é formado por pessoas que estudaram em escolas públicas e pertencem à nova classe média, com renda familiar entre R$ 1,8 mil e R$ 3,4 mil. 86% dos entrevistados disse que os pais não fizeram ensino superior. A pesquisa, encomendada pelo Semesp, quer conhecer melhor os potenciais universitários para que as instituições de ensino consigam se comunicar melhor e atrair esse público.
 
 
Para 32% dos entrevistados fazer faculdade é o maior sonho da sua vida e, para 46%, é o principal objetivo dos próximos 3 anos. A pesquisa ainda mostrou que entre os principais motivos elencados pelos jovens para cursar o ensino superior estão justificativas ligadas a melhorias nas condições financeiras. "Para eles, a crise financeira está assustando, mas é uma garantia de segurança e melhores empregos futuros", disse Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, responsável pela pesquisa.
 
 
De acordo com Capelato, entre as alternativas para as instituições de ensino atraírem esses potenciais estudantes, estão a criação de alternativas ao Fies, como o crédito educativo próprio, seguro educacional, política de bolsas. Mas também comunicar melhor seus atributos de qualidade e melhorar a imagem de cursos a distância e tecnológicos, que ainda são pouco conhecidos por esse público.
 
 
Em nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que o Fies é um "importante programa de acesso ao ensino superior, que hoje conta com cerca de dois milhões de financiamentos, o que representa 35% dos estudantes do ensino superior".
 
 
"Dada a importância do programa, o MEC, além de garantir os recursos para a renovação de todos os contratos, ofereceu 311 mil vagas, mesmo em um ano de ajustes fiscais, como em 2015. A expectativa do ministério é que o número de vagas oferecidas no Fies em 2016 seja similar ao ofertado em 2015", completou.
 
 
Também informou que, considerando o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fies, foram ofertadas, em 2015, 900 mil vagas na educação superior. E só no primeiro semestre de 2016, quase 700 mil novas vagas. "Graças a estas políticas do MEC, o número de estudantes no ensino superior no país passou de 3,4 milhões, em 2003, para 7,8 milhões em 2014", disse.
 


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