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A Rodovia João Mellão, que passou por obras que custaram R$ 184 milhões e foi entregue no final de 2017, está apresentando problemas no quesito acessibilidade.
Uma ONG formada por engenheiros, motoristas e ex-policiais rodoviários, fiscalizou a rodovia do quilômetro 237 ao 288, em Avaré (SP), e encontrou diversas falhas.
Uma delas é a falta de acessibilidade, facilmente encontrada na passarela onde pedestres usam para atravessar a rodovia com segurança.
Mas ao tentar fazer o mesmo, a cadeirante Joice Ferreira dos Santos encontrou problemas e precisou passar por um trecho da rodovia ao lado de veículos pesados como caminhão.
"Medo e insegurança. É triste viver nesta situação", diz Joice.
"É muito triste ter que viver nesta situação. Viver num país do tamanho do Brasil e não ter acessibilidade, não poder transitar e não ter uma vida independente é difícil... Parece que isso nunca tem fim", completa.
Para conseguir acessar a passarela, a aposentada precisou da ajuda de uma outra pessoa. "Precisa ter muita força e mesmo assim corre o risco de cair da cadeira. Esta passarela está muito mal feita, da a impressão que fizeram de qualquer jeito", afirma.
Para o presidente da ONG Base de Apoio Ideal, Márcio de Almeida, a rodovia não facilita a vida de quem vive perto dela.
"Toda obra que vai ser edificada tem que suprir as necessidades da população", afirma o presidente.
A concessionária que administra a rodovia informou que a duplicação foi aprovada pelos órgãos competentes. Ainda segundo a concessionária, as passarelas são acessíveis e seguem normas técnicas.
O Ministério Público (MP) informou que está investigando os dados apontados no relatório protocolado por representantes da ONG.
Mais problemas
Outro fato que chamou atenção na obra é o escoamento da água da chuva. A maior parte do fluxo foi canalizada para uma área de preservação permanente do Parque Terezinha de Freitas. Segundo a prefeitura, o nível que a água atinge está matando aos poucos a mata nativa.
"Esse volume de água pode trazer problemas para rodovia. A médio prazo pode aparecer uma erosão, além do mal que está fazendo à vegetaçaõ", afirma Judésio Borges, secretário de Meio Ambiente de Avaré.
Em outro trecho da rodovia, o secretário de meio ambiente afirma que a água da chuva está sendo levada diretamente para o lago Berta Banwart, no bairro Brabancia e se tiver derramamento de óleo na rodovia, por exemplo, vai tudo pro lago porque não tem também uma caixa específica que segure esses resíduos.
"Está tudo passando direto para o ribeirão e consequentemente vão chegar na Represa de Jurumirim, um grande reservatório oeste paulista”, afirma o secretário.
De acordo com a empresa responsável pela reforma da rodovia, foram instaladas dez caizas de contenção de produtos perigosos ao longo do trecho duplicado. Para outros pontos, toda a drenagem terua sido projetada para evitar alagamentos.
Fonte: G1.
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