A dona de casa Celi Conceição de Almeida Santos, avó do menino de 13 anos que teve uma perna decepada e um braço amputado no hospital após cair de um trem em Avaré (SP), está aliviada pelo neto ter sobrevivido ao acidente. “Que vá um braço, uma perna, mas que ele fique com a gente. A nossa alegria é que ele está bem. Já está falando, está consciente, então pra nós isso é tudo”, diz.
O adolescente caiu ao tentar “pegar rabeira” no trem e foi arrastado no trilho por 100 metros, afirma a Polícia Militar. O braço e perna esquerdos ficaram presos e foram mutilados. A perna foi decepada no momento do acidente, enquanto o braço teve que ser amputado no hospital, devido a gravidade dos ferimentos.
O menino continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa da cidade. Segundo a equipe médica, o adolescente apresentou melhora de quarta para quinta-feira (22). De acordo com a família, mesmo sabendo que perdeu uma perna e braço o garoto está com a “cabeça boa.”
A avó Celi defende o jovem e afirma que ele não se pendurou na locomotiva “por brincadeira”. “Ele contou para a mãe dele que estava no barranco e escorregou. Daí ele foi segurar no trem, desequilibrou, o trem pegou a perna dele e o arrastou por 100 metros“, conta a avó.
Mas a dona de casa Adriana Luzia Pereira, que diz ter presenciado o acidente, dá uma versão diferente: “Eu ouvi o moleque falando que iria pular no trem e o outro falava ‘não pula porque você vai se machucar’. Mas o moleque pulou e o trem o arrastou”, descreve.
O delegado que acompanha o caso, Levon Torossian Júnior, diz que com as primeiras oitivas poderá chegar a uma conclusão. “Teremos uma base para ver se há responsabilidade ou não do condutor da composição”, afirma Torossian Júnior.
Entenda o caso
O acidente foi entre os bairros Bonsucesso e Plimec. O trem seguia para Cerqueira César. Segunda a Polícia, o menino de 13 anos e um amigo da mesma idade tentavam se pendurar em um dos vagões da locomotiva. O colega do adolescente não se machucou e chamou a família da vítima, que pediu socorro. No local do acidente há sinalização dos dois lados e, segundo os moradores, o trem não passa diariamente.
A América Latina Logística (ALL), concessionária responsável pela via férrea, informou que faz campanhas frequentes de conscientização dos cruzamentos com a linha férrea, além de palestras educativas em escolas próximas a malha ferroviária para reduzir o risco de acidentes.
A empresa diz ainda que é proibida a circulação de pessoas não autorizadas na ferrovia e na faixa de domínio. A concessionária ainda alertou que a travessia da linha férrea só deve ser feita em locais sinalizados para pedestres e motoristas.