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Jornal O Avaré - Janeiro foi o mês de aniversário do Centro Avareense.
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Janeiro foi o mês de aniversário do Centro Avareense.


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13076 Jornal O Avaré 01/02/2014 01:02:03

 

 

 

 

 

“CENTRO AVAREENSE”

 

 

O NASCIMENTO DE UM CLUBE.

De Dr. Joaquim “Tininho” Negrão para o Jornal O Avaré.

 

 

 

 

 

Neste mês de janeiro do ano 2014, o Clube “Centro Avareense” completou oitenta e oito anos de existência.  Embora seja o “Clube Top” da cidade os atuais associados, tenho certeza, não têm conhecimento de como aconteceu a fundação do mesmo.  O memorialista deixa o fato narrado de maneira fiel, verdadeira, no Jornal “O Avaré”.

 

 

Na década de 1920, alguns jovens desportistas fundarem um Clube denominado de  Associação Athletica Avareense. Nessa época, já existiam na cidade outros clubes, tais como: Sociedade Italiana de Socorro Mutuo, Sociedade Portuguesa, Sociedade Espanhola, Sociedade Fraternal Síria, o Clube Treze de Maio, o Operários e o Comercial.

 

 

Esses clubes encampavam quase todas as classes sociais, com exceção, apenas, da classe dos Senhores do Café, da Pecuária e abastados comerciantes que em Avaré residiam.

 

Como vimos, quase todas as classes sociais tinham seu clube. Naquela época as personagens endinheiradas da pequena Avaré reuniam-se, no período da tarde, na loja de tecidos e revenda de maquinas de costura “Singer”, denominada de Casa Verde, do comerciante José Rebouças de Carvalho, sita, então, no Largo São João nº. 171, hoje, novo prédio da “Loja Cem”. Esses homens que compunham a elite econômica da sociedade avareense tinham como líder o Coronel JOÃO BAPTISTA DA CRUZ, pai do medico Zezé Bastos Cruz que foi prefeito de Avaré e Deputado Estadual pelo Partido Republicano Paulista, o “PRP” e dos advogados Dr. Paulo e Dr. Mario. O Dr. Mario chegou a ocupar a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, e, ainda, do Capitão Argemiro, naquela época proprietário da Fazenda Brabância; do fazendeiro Luiz Cruz e das irmãs D. Assumpção e D. Maria Izabel, esta, conhecida por D. Nenê, mãe do ex-prefeito Dr. Fernando Cruz Pimentel, um dos bons prefeitos que Avaré já teve.

 

 

Vejamos, então como aconteceu a formação do Clube.

Certa tarde, quando membros dessa elite estavam reunidos e conversavam descontraidamente, a empregada da residência chegou falou em alto e bom som, diretamente ao patrão senhor José Rebouças:

 

 

---Patrão, a sogra do senhor mandou avisar que já são seis horas, e perguntar se já pode servir o jantar?

Diante dessas indagações, os presentes se despediram.

 

 

Na próxima reunião, alguém sugeriu a criação de um Clube onde pudessem se encontrar no período noturno sem hora marcada, para um “bate-papo”, para a leitura de jornais, se distraírem num joguinho de “truco”, “Sinuca”, “bilhar”; ou “Ping-Pong”; para realizarem festas de casamentos, bailes, enfim, aonde os amigos se encontrassem e se confraternizassem.

 

Essa sugestão foi considerada interessante e pegou fogo. Um dos presentes disse:

---Já que não temos automóveis, que o Clube seja edificado no “CENTRO” da cidade.

 

 

A ideia amadureceu e deram inicio á procura de um prédio para ser adaptado ou um terreno para a construção do Clube planejado. Depois de vários dias de procura, ainda não tinham conseguido encontrar um imóvel que servisse. O tempo passava. Já havia sinal de desânimo quanto á procura, quando um dos presentes lembrou-se que o farmacêutico OCTAVIO DE CAMPOS, que residia numa bela casa sita no Largo São João nº. 39 (antigo), com a esposa e um casal de crianças, talvez vendesse essa residência, pois, o referido farmacêutico que tivera sua farmácia instalada na Rua São Paulo e depois  transferida para um prédio na Rua Pernambuco, utilizava somente a parte da frente do mesmo. Nos fundos, os demais cômodos estavam ociosos e se ele concordasse com a venda, poderia transferir sua residência para lá.

 

O Coronel João Cruz, líder político local, concordando com a ideia falou:

---É preciso que alguém vá auscultar o farmacêutico para ver se ele vende a residência do Largo São João.

O advogado Dr. Deolindo Roberto Barbosa ficou encarregado dessa missão, devido manter amizade sadia com o farmacêutico. Ele foi.

Chegando na farmácia, depois de  alguns instantes de conversa, perguntou:

---“Seu Octavio” o senhor já pensou em vender sua residência do Largo São João?

--- Nunca, minha casa é para meu conforto e de minha família, não é para venda.

---Não vendo.

O Dr. Deolindo, diante do impacto negativo, tão direto, não comentou o motivo pelo qual desejava saber se a residência do senhor Octavio poderia ser vendida e voltou cabisbaixo e comunicou aos companheiros a triste resposta.

---O “Seu” Octavio não vende a casa.

Que pena, comentaram os demais, pois a casa do farmacêutico seria a ideal para nosso clube.

---Vamos continuar tentando, quem sabe, como diz o ditado “Água mole em pedra dura, tanto bate, até que fura”, um dia ele amoleça. ---Vamos continuar tentando.

Mas, por mais que fizessem propostas ao farmacêutico, nada o demovia vender sua residência.

O Coronel resolveu experimentar seu prestigio e foi, pessoalmente, falar com o

farmacêutico.

A resposta foi a mesma de sempre.

---Coronel, é grande meu respeito pelo senhor, mas, a casa não vendo mesmo.

O tempo passou. Repentinamente uma tragédia aconteceu na família do “Seu” Octavio. Sua esposa e a filhinha faleceram. Desgostoso com o acontecido ele mudou-se para outro prédio.

Vários dias se passaram. Quando menos esperavam, receberam um recado desse senhor pedindo que alguém do futuro clube o procurasse.

O Coronel João Cruz encarregou novo emissário para procurá-lo.

O emissário escolhido, atendendo a determinação do grande político, foi.

Chegando á farmácia disse:

---“Seu” Octavio, o senhor mandou chamar um dos futuros sócios fundadores do Clube que estamos idealizando?

---Mandei.

Em seguida perguntou: ---Vocês ainda se interessam em adquirir minha casa?

---Eu transferi minha residência aqui para a farmácia e a antiga residência está desocupada.

---Se pretendem compra-la, agora estou disposto a vendê-la, só que desejo pagamento a vista.

Havia chegado a hora dos endinheirados colocarem as mãos no bolso, mas, os fazendeiros  de café se desculparam de não poderem dispor de dinheiro no momento, pois, a safra do ano ainda não estava colhida e os gastos seriam muitos, com a coroação do cafezal, colheita, secagem, beneficiamento, sacarias, e etc. Os agro-pecuaristas falaram que no presente momento não podiam vender gado, pois, o preço da arroba do boi estava muito a quem do normal.

Os fortes comerciantes alegaram que vendiam suas mercadorias a prazo aos fazendeiros e sitiantes para receberem somente depois das safras colhidas e vendidas.  O produto da lavoura era o capital que eles possuíam.

Diante de tantas desculpas, o coronel João Cruz, sozinho, adquiriu o prédio e cedeu-o provisoriamente para a formação do Clube que se chamaria de “CENTRO AVAREENSE”.

Para a concretização da ideia, no dia 03 de janeiro de 1926, num domingo, ás quinze horas, os cidadãos que fundavam o clube se reuniram, em convenção, numa das salas do prédio adquirido elaboraram, discutiram e aprovaram por aclamação os Estatutos que regeriam o funcionamento do mesmo. O presidente dessa assembleia foi o Dr. Raymundo do Amaral Pacheco.

Secretariaram a assembleia o dentista Romeu Bretas e Horacio de Faria.

Em seguida elegeram a primeira diretoria que ficou assim constituída;

 

Presidente                    - Coronel João Baptista da Cruz.

Vice-presidente            - Dr. Adhelmar Martins de Almeida.

1º. Secretário               -Horácio Faria.

2º- Secretário               -Nicanor Garcia.

Tesoureiro                   -Olivério Pilar.

Orador                        -Dr. Deolindo Roberto Barbosa.

Intendente-                  -Dr. Romeu Bretas.

 

Sindicante.

Dr. Tito Ribeiro de Oliveira Costa –

 

Comissão de Contas.

João Victor de Maria – Eduardo Rolim – Francisco Bastos Cruz, Mario Soares  e o

Coronel Ludovico Lopes de Medeiros –

 

Presidente da Assembleia Geral

Coronel Lindolpho Dantas –

 

Secretários

Dr. Cory Gomes do Amorim e José (Dico) Mercadante.

 

Presidente de Honra

Dr. Raymundo do Amaral Pacheco.

 

Essa diretoria foi eleita por três anos. A festa inaugural foi marcada para o dia 16 de janeiro de 1926. Foi aberta uma subscrição para angariarem fundos e, surpreendentemente apurou-se uma boa quantia que deu para pagar as despesas da festa e ainda, pagar todo o mobiliário adquirido pelo clube e uma mesa de bilhar e uma de “snooker”, livros para a biblioteca e pagamento das assinaturas de vários jornais.

 

 

 

Dinheiro para bancar a festa, foi fácil arrumar, mas, para pagar o prédio, parecia que ninguém desejava dar, apesar do Clube ter sido organizado por homens que compunham a chamada “Nata da Sociedade Econômica de Avaré”.

Por mais esforço que os tesoureiros fizessem, não conseguiram angariar dinheiro para ressarcirem o Coronel João Baptista da Cruz, que havia financiado a compra do prédio.

Desde a fundação do clube, até o último dia de vida do coronel,  ele foi presidente, sem oposição alguma. Mesmo após sua morte, os demais associados mantiveram-no como Presidente de Honra.

Com seu falecimento, o prédio foi herdado por sua filha Maria Izabel Cruz Pimentel e seu marido Dr. Públio Pimentel.

Esse casal, numa demonstração de desapego aos bens materiais e respeito ao desejo do

pai e sogro, aceitou receber o valor do mesmo em suaves prestações mensais para o clube poder sobre-existir.

 

 

Com a morte do Coronel, ascendeu á presidência o dentista Dr. Misael Euphrasio Leal que ficou guindado ao cargo por mais de vinte anos consecutivamente. Com esse presidente iniciou-se a grande revolução progressista do clube com a edificação de novo salão de festas com instalações sanitárias, bar, no terceiro pavimento espaço para funcionar uma “boite” e reforma da parte frontal do prédio. Esse progresso foi continuado pelo presidente Dr. Esber Chaddad. com o advento das instalações edificadas no bairro Jardim América, tais como: Ginásio de Esportes com quadras para basquete, vôlei e futebol de salão e de campo– Quadras de Tênis - Piscinas – saunas seca e úmida, bar – sala de musculação com aparelhagem moderníssima – sala para secretaria e diretoria, tabuleiros para jogos de Xadrez, jardim interno e poço artesiano. Outros presidentes também fizeram algo pela entidade. Todos que pela presidência passaram, deixaram suas marcas progressistas.

 

 

Sem duvida alguma, o Centro Avareense é o clube “Top” da cidade.

Esta é a verdadeira história da fundação do Clube “Centro Avareense”.

7

 

Lembrete: Para que ninguém possa dizer que o povo de Avaré tem memória curta, recomendamos que os senhores diretores do tradicional Clube Central, coloque, novamente na parede o retrato de seu benfeitor para que os atuais e os futuros sócios tenham conhecimento de que o “Centro” existe, por ter existido um homem chamado CORONEL JOÃO BATISTA DA CRUZ.


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