MEDICAÇÃO ERRADA NA STA. CASA DE TAQUARITUBA.
Hoje dia 28 de agosto a Polícia Civil de Taquarituba irá ouvir a mãe da paciente de 13 anos que tomou uma medicação errada na Santa Casa e sofreu um inchaço no rosto. A estudante Maria Eduarda dos Santos Campos, ficou com o rosto inchado após receber uma medicação à qual é alérgica no último dia 15. A mãe dela, a comerciante Ana Lúcia dos Santos Campos, fez um boletim de ocorrência no dia, mas como o caso não foi concluído, a mulher ainda vai prestar depoimento.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fabiano Rueda Amorim, o primeiro boletim deixou muitas dúvidas. “No primeiro boletim, não ficou determinado com absoluta certeza qual enfermeira teria aplicado o medicamento na garota e qual médico era o responsável no local. Nós chamamos a mãe ou o pai da paciente para que possamos determinar quem vai ser o responsável por esse boletim.
O delegado ainda explica que o caso está sendo registrado como lesão corporal culposa, isto é, quando não há a intenção de cometer a lesão. “Nós precisamos saber quem será colocado como responsável pela lesão. A mãe da paciente vai dar sua versão dos fatos e concluir esse registro.
Ainda segundo Amorim, após prestar depoimento, a mãe da adolescente pode seguir com o processo na Justiça. “Cabe aos pais da adolescente decidir se o caso vai à justiça. Depois de concluirmos o boletim, eles podem acionar a justiça e então entraremos em contato com a direção da Santa Casa para ouvir os depoimentos da enfermeira responsável pelo incidente, e também da direção do local.
advogada da paciente, Gorete Ferreira de Almeida, explica que dois processos podem ser abertos. “Nós vamos abrir um processo contra a direção do hospital, por indenização a danos morais. Esse processo é realizado pela Vara Cível do Fórum da cidade. Mas, há também a possibilidade da vítima entrar pela Vara Criminal, através do boletim de ocorrência da Polícia Civil.
Almeida ainda conta que somente vai cuidar do processo cível, já que o processo criminal vai afetar o responsável, ou responsáveis, pelo incidente. “A paciente e a família dela decidiram entrar com o caso na justiça devido aos problemas causados à minha cliente, como por exemplo, o medo de morrer no dia, os ferimentos causados na pele. Então vamos pedir o ressarcimento desses transtornos”, diz.
Após acionarem a Justiça, a advogada espera que o caso seja julgado em até um ano. “É um trâmite normal, um caso que demora de cinco meses a um ano para ser julgado em 1ª instância”, explica.
Entenda o caso
Maria Eduarda dos Santos Campos, de 13 anos, ficou com o rosto inchado após receber dipirona sódica, medicação à qual é alérgica, dentro da Santa Casa de Taquarituba.
Segundo a comerciante Ana Lúcia dos Santos Campos, mãe da garota, a filha procurou o hospital e, mesmo tendo uma receita médica afirmando que era alérgica a dipirona sódica, o medicamento foi colocado no soro que a garota recebeu. A comerciante afirma que avisou sobre a alergia da filha para a enfermeira.
As imagens enviadas pela mulher mostram a pálpebra direita da jovem e as bochechas inchadas. Segundo ela, o problema foi assustador, mas poderia ser pior. “Imagine se isso acontece com uma criança que ainda não consegue falar? Ou com uma criança mais frágil? Poderia ser fatal", disse.
O diretor clínico da Santa Casa, Ricardo Chamorro, disse que foi receitado o medicamento buscopan para amenizar a cólica renal da paciente. Mas, em vez de ser usado o buscopan simples, foi usado o composto, com adição de dipirona.
Chamarro afirmou que a paciente tomou poucas doses do medicamento. "No momento em que a paciente avisou sobre a alergia, a enfermeira logo interrompeu a dosagem. Então a quantia de dipirona que a paciente tomou é mínima, e mesmo se ela tomasse uma quantia maior do medicamento, logo ela seria tratada com o antialérgico. Foi um caso isolado”,