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Jornal O Avaré - Déjà Vu ed. 10.10
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Déjà Vu ed. 10.10


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6412 Jornal O Avaré 10/10/2015 07:24:01

 

 

Déjà Vu (Já Visto)                                 ed. 10/10/2015    

por: Carlos “Cam” Dantas

 

e-mail: colunistacarloscam@gmail.com

Captação d’água do Jurumirim: um desastre ecológico sem precedentes

 

Aqui não se pretende fazer terrorismo, mas a verdade inconteste é que, se o Governo Alckmin insistir colocar em prática esse absurdo projeto de captar água na região para abastecer a Grande São Paulo, Campinas e região, o reservatório de Jurumirim será um novo Cantareira, pois este ato extremo, impopular, desnecessário (é só cuidar das nascentes que o resultado irá aparecer num curto espaço de tempo), deve desestruturar todo o ecossistema do manancial com prejuízos ainda incalculáveis e permanentes para algumas espécies da fauna e da flora. Peixes vão desaparecer, aves e outros animais migrarão, pois a tendência maior é de o volume d’água da represa baixar, baixar, até secar. Pode demorar 10, 20 ou 50 anos. Mas... que um dia irá ocorrer, isso vai. Em sã consciência não se pode usar o esdrúxulo argumento de que água da chuva irá repor o nível do reservatório. Segundo Dal Marcondes, da Envolverde, “a água não é política, água é um direito social e um insumo econômico de primeira necessidade. Muitos negócios somente são possíveis porque há água disponível. Até bem pouco tempo, quando se falava em seca, principalmente na mídia, era quase sempre na região conhecida como semiárido nordestino. No Sul Maravilha a questão da água sempre foi tratada como um problema de gestão e de engenharia. Pouco se fala da necessidade de se ‘produzir água’, e isso não é um problema de engenharia, mas de gerenciamento de recursos naturais. Os órgãos especializados na gestão de água e mananciais no país, como a Agência Nacional de Águas e diversas universidades vêm alertando há alguns anos que a gerência de água no Brasil é casual, não é integrada e não tem uma relação direta com a questão fundamental da sua produção. O tema, aliás, é tratado por muitos engenheiros com certo desdém, sob o argumento de que ‘não é possível produzir água’, afinal, ela cai do céu. No entanto, o cuidado com rios e mananciais é fundamental para que as empresas de captação e tratamento possam ter disponível água de boa qualidade”.

O abastecimento da Grande São Paulo está ameaçado, assim como o da região de Campinas e outros grandes centros, por conta da superutilização dos mananciais já bastante poluídos e degradados por conta da falta de uma visão mais sistêmica, onde a preservação e a gestão devem caminhar de mãos dadas. Sendo assim o governo Alckmin não estaria sendo justo ao punir a região do Jurumirim em face da incompetência dos seus gestores no setor hídrico.

 

DÉJÀ VU TUPINIQUIM

O momento de se manifestar contrário a captação d’água da Represa é agora: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer” já dizia Geraldo Vandré. Para ilustrar o DÉJÀ VU TUPINIQUIM, propósito da coluna, aqui serve como luvas a matéria postada no site da ADERJ (www.aderjurumirim.org) em 23/03/2012, lembrando a comemoração do Dia Mundial da Água, citando a Braskraft que iria poluir tudo por aqui, se, de fato, tivesse implantado sua fábrica na região de Angatuba. Com a multinacional de papel e celulose em atividade, as águas do Jurumirim iriam sofrer o impacto da devastação, tanto quanto com o insensato projeto do Governo Alckmin −se posto em prática−, pois amanhã não teremos mais água, nem que se queira poluir, eis que o desastre ecológico já terá se verificado, causando danos irreparáveis aos elementos do meio ambiente, consequentemente também ao setor turístico regional. Com o título: Preservação da Represa de Jurumirim: A luta por uma causa justa, Carlos “Cam” escreveu, tendo como fonte de pesquisa a narrativa de Gesiel Theodoro, nos seguintes termos: A mobilização ocorrida em nossa região há 30 e poucos anos atrás, quando o povo, unido, defendeu o Rio Paranapanema contra a implantação da Braskraft S.A - Florestal e Industrial, que seria instalada às margens da Represa de Jurumirim, no distrito de Ligiana, em Angatuba, foi um grandioso exemplo a ser seguido.

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Segundo relato do pesquisador e historiador Gesiel Junior, no final dos anos 70 o Rio Paranapanema esteve seriamente ameaçado pelo projeto de instalação, às suas margens, de uma fábrica de papel e celulose altamente poluidora. Tratava-se da multinacional Braskraft, cujas atividades poderiam contaminar os recursos hídricos da região e afetar o meio ambiente na Represa de Jurumirim. O caso, preocupante, dependia na época de uma decisão política para ser equacionado de maneira sensata. Porém, arrastou-se por três anos, já que estavam em jogo altas cifras em investimento de capital estrangeiro.

Alertadas sobre os perigos inevitáveis da vinda da Braskraft, as lideranças regionais se uniram para chamar a sociedade civil a uma reação organizada.

Mas tudo tomou mesmo outro rumo quando no início de 1977, levantando a bandeira contra a poluição, o prefeito Fernando Cruz Pimentel adere à idéia de formar a Associação dos Defensores da Ecologia do Vale do Paranapanema, que fica conhecida pela sigla Adevap. Para conscientização popular, mais de 100 mil exemplares de um jornal em formato tablóide são distribuídos nos municípios banhados pelo Paranapanema. Entre denúncias sobre o que a empresa poderia causar, se fazia uma conclamação geral na luta para preservar o meio ambiente.

Em São Paulo, o deputado Antônio Salim Curiati alerta o governador Paulo Egydio sobre o risco. ‘Ninguém tem o direito em recebendo um rio preservado por seus antepassados, deixar para as gerações futuras um lixo pútrido e malcheiroso, prenhe de matérias mortas’, discursa o deputado avareense, mas não encontra guarida.

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Na região, apesar de tudo, as lideranças não desanimam e a reação cresce. Em Piraju, dom Vicente Zioni, arcebispo de Botucatu celebra missa às margens do rio, na presença de quatro mil pessoas, e reza para que o fantasma da poluição se afaste. A imprensa dá apoio. Os jornalistas Wilson José e Nelson Maenaka, ambos de Avaré, repercutem o caso, respectivamente, na Rádio Globo e na Folha de S.Paulo. O cronista Lourenço Diaféria e o repórter Ricardo Kotscho também defendem o Paranapanema em artigos.

“Não podemos permitir, por mais convidativo que seja o apelo econômico, que as gerações futuras herdem uma natureza morta, principalmente em se tratando da Represa de Jurumirim”, argumenta o prefeito Fernando Pimentel.

Os ambientalistas agem rápido e antes mesmo que o alicerce da fábrica fosse concluído, convencem as autoridades e os políticos de sua nocividade, impedindo a sua instalação. Para tanto, a pedido do Deputado Curiati e com base no Projeto de Lei de sua autoria, cujo texto foi aprovado pelo Assembléia Legislativa, foi sancionado em 27 de agosto de 1979, pelo então governador do estado, Paulo Maluf, a lei nº 2090, determinando a proibição do funcionamento de indústrias de alto risco poluidor na bacia de drenagem do Rio Paranapanema, desde suas nascentes até a Represa de Jurumirim. Assim o nosso ‘Panemão’ escapou de ser um novo ‘Rio Tiete’ no estado de São Paulo, graças a maciça mobilização popular.


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